BRASILIA–A gigante dos cuidados pessoais Unilever anunciou seu apoio à campanha #BeCrueltyFree (#Libertesedacrueldade) liderada pela Humane Society International, Humane Society dos Estados Unidos e o Fundo Legislativo da Humane Society que tem por finalidade proibir os testes em animais para cosméticos no mundo inteiro nos próximos cinco anos, incluindo uma nova e ambiciosa colaboração visando a aceleração da aceitação de abordagens modernas e que não utilizam animais para avaliar a segurança para o consumidor.
A Unilever, conhecida por suas marcas populares tais como a Dove, a Degree e a TRESemmé, é a segunda maior empresa de beleza do mundo, e a primeira no top 10 do setor a apoiar ativamente a reforma legislativa para proibir os testes em animais para cosméticos. As organizações esperam que essa colaboração venha a acelerar a mudança nas políticas no setor de cosmética mundial, visando a proibição total de testes em animais em 50 grandes mercados de beleza do mundo todo até 2023.
O Vice-Presidente de Pesquisa & Toxicologia da HSI Troy Seidle disse: “Toda empresa vai dizer que apoia alternativas a testes em animais para cosméticos, mas a Unilever é a primeira das gigantes da beleza a se empenhar firmemente nesta proibição. São centenas de milhares de animais ainda sendo usados em testes de toxicidade com fins cosméticos a cada ano ao redor do mundo; a Unilever deve ser louvada por se unir à Humane Society International para acabar com essa crueldade de uma vez por todas. Nós encorajamos outras grandes marcas do mercado de beleza a seguir o exemplo e se unir a nós no lado certo da história.”
A nova colaboração com a HSI incluirá:
- O apoio da Unilever ao relatório apresentado pela Senadora Gleisi Hoffmann que altera o Projeto de Lei PLC 70/2014, proibindo tanto os testes em animais para cosméticos, como a venda de cosméticos que foram testados em animais após a proibição entrar em efeito, em consonância com o precedente estabelecido pela União Europeia.
- O lançamento de uma colaboração plurianual e aberta para desenvolver capacidades entre as empresas e autoridades regulatórias, de forma que as decisões sobre segurança para os cosméticos sejam baseadas exclusivamente em abordagens que não utilizam animais.
- O investimento no treinamento de futuros cientistas que trabalham em avaliações de risco com tecnologias da ‘nova geração’ e que não utilizam animais, para criar competências em longo prazo.
O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Unilever David Blanchard acrescentou: “Estamos muito felizes em colaborar com a Humane Society International para dar um fim à era dos testes em animais para cosméticos, e convidamos outras empresas, reguladores, e outras partes interessadas a se unir a nós nessa iniciativa tão importante.”
Até agora, 37 países ao redor do mundo já aprovaram legislação para proibir, total ou parcialmente, os testes em animais para cosméticos. A campanha #Libertesedacrueldade da HSI teve papel crucial em garantir a implementação da fase final da proibição na União Europeia em 2013, e nas vitórias subsequentes na Índia, Taiwan, Guatemala, Nova Zelândia, Coreia do Sul e em sete estados no Brasil. Hoje, a HSI e seus parceiros estão impulsionando mais 10 esforços para aprovar legislação na Austrália, Brasil, Canadá, Chile, México, Filipinas, África do Sul, Sri Lanka, Vietnã e nos Estados Unidos por meio da Humane Society dos Estados Unidos e do Fundo Legislativo da Humane Society.
A HSI prevê que o próximo país na fila para proibir a crueldade nos cosméticos poderia ser o Brasil; com o Projeto de Lei 70/2014 quase aprovado nas duas casas do legislativo, dependendo apenas de uma discussão final e votação no Senado Federal, o que deve acontecer nas próximas semanas. Na sequência, as emendas do Senado devem ser aceitas pela Câmara dos Deputados, e finalmente pelo Presidente. Segundo pesquisa do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) feita pela HSI, 66% dos brasileiros apoia uma proibição nacional de testes em animais para cosméticos e seus ingredientes, e 61% concordam que testar novos cosméticos em animais não justifica o sofrimento dos mesmos. Os brasileiros que desejem apoiar essa legislação devem contatar seus parlamentares via senado.leg.br/transparencia/LAI/secrh/parla_inter.pdf.
Fatos:
- Os testes em animais realizados no setor de cosméticos incluem experimentos de irritação dos olhos e da pele, nos quais um produto ou ingrediente cosmético é esfregado na pele raspada ou gotejado nos olhos dos coelhos; testes de alergia cutânea usando porquinhos da índia ou camundongos; e estudos de alimentação forçada oral que duram semanas ou meses. Estes testes causam dor e desconforto consideráveis, que podem incluir cegueira, olhos inchados, pele com sangramento, hemorragias internas, lesões nos órgãos, convulsões e morte. Analgésicos raramente são fornecidos, e ao final de um teste os animais são eutanaziados, normalmente por asfixia, quebra do pescoço ou decapitação.
- A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Brasil exige que todos os cosméticos e outros produtos de cuidados pessoais vendidos no Brasil sejam seguros quando usados com os fins pretendidos, mas não exige especificamente que sejam feitos testes em animais para comprovar a segurança.
- Mais de 70% dos produtores de cosméticos no Brasil estão nos sete estados onde já há leis proibindo os testes em animais para cosméticos.
- A partir de junho de 2019, a resolução normativa nº18 do CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal) tornará compulsório o uso de métodos alternativos no país.
A posição da Unilever sobre abordagens alternativas aos testes em animais (outubro de 2018) pode ser acessada aqui.
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Contato mídia: Antoniana Ottoni, t +556198140-3636, aottoni@hsi.org