BRASÍLIA—Uma pesquisa de opinião divulgada hoje pela Humane Society International e realizada pela Datafolha revelou que a grande maioria do público brasileiro deseja uma legislação federal robusta contra testes cosméticos em animais. Segundo 73% dos entrevistados, se o Congresso legislar sobre o tema, “produtos cosméticos não deveriam conter novos ingredientes testados em animais”.
A pesquisa também revelou que os consumidores valorizam as informações sobres os itens cosméticos, com 75% dos entrevistados declarando que a “garantia de que um cosmético não foi testado em animais” é um fator de influência na compra desse tipo de produto. Além disso, 84% dos entrevistados também declararam que as empresas devem ser obrigadas a “informar de maneira clara se ainda testam seus novos produtos e ingredientes em animais” após a aprovação da legislação.
Helder Constantino, gerente da campanha #LiberteSeDaCrueldade da HSI, diz: “A prática de testar cosméticos em animais é rejeitada há muito tempo pelo público, e essa pesquisa ilustra o quão importante é esse problema para os consumidores. Também demonstra que os consumidores verificam diligentemente os produtos que compram e não querem ser enganados a respeito disso. Esperamos que o Congresso se posicione e aja de acordo”.
Um relatório à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal de autoria do senador Alessandro Vieira, que visa alterar o Projeto de Lei 70/2014 sobre testes cosméticos em animais, propõe uma proibição dos testes de produtos e ingredientes cosméticos em animais com efeito imediato. O parecer aguarda votação na CAE.
A pesquisa da Datafolha foi realizada em agosto de 2019, com uma amostra de 2.094 entrevistados socialmente e geograficamente representativos da população brasileira.
Fatos:
- Lançada em 2012 pela Humane Society International, a campanha #BeCrueltyFree (#LiberteSeDaCrueldade) é a maior campanha global contra testes de cosméticos em animais.
- No Brasil, a #LiberteSeDaCrueldade recebeu o apoio de Xuxa Meneghel, Fernanda Tavares, Ellen Jabour, Ray Neon, Rita Von Hunty e de muitos outros influenciadores e celebridades. #LiberteSeDaCrueldade também recebeu o apoio de outras ONGs, como o grupo latino-americano de conscientização dos consumidores Te Protejo.
- Os estados do Amazonas, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo já proibiram testes cosméticos em animais. Juntos, esses estados abrigam aproximadamente 70% das empresas cosméticas do Brasil.
- Trinta e nove países já adotaram medidas alinhadas com os objetivos da campanha, incluindo União Europeia, Noruega, Índia, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Taiwan, Guatemala e Austrália. Legislações semelhantes estão sendo consideradas no Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, África do Sul, Sri Lanka, Estados Unidos e em outros países.
- Testes em animais ainda são permitidos pelos regulamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para avaliar a toxicidade de cosméticos. Embora alguns testes tenham sido abolidos recentemente pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, ainda são permitidos testes de toxicidade de longo prazo que podem usar centenas de animais para avaliar uma única substância.
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Contato com a mídia: Helder Constantino, hconstantino@hsi.org, +55 (21) 9 8342 4163