BAHIA, Brasil—A Humane Society Internacional no Brasil uniu-se a quatro cidades do nordeste da Bahia, Serrinha, Barroca, Teofilândia e Biritinga, e o Ministério Público da Bahia, para ajustar todas as refeições servidas nas escolas públicas para 100% à base de vegetais até o final de 2019, reduzindo a carne, laticíneos e ovos em 25% por semestre. Isso marca a primeira vez na história que qualquer escola pública tenha se comprometido a ter refeições exclusivamente baseadas em vegetais. A mudança afetará mais de 23 milhões de refeições por ano.
O lançamento do programa, chamado “Escola Sustentável”, aconteceu segunda-feira, 19 de março, e foi seguido de quatro dias de treinamentos culinários baseados em vegetais para as merendeiras das escolas das cidades, liderados pelo Chef André Vieland, da HSI. O Chef André ensinou as cozinheiras a prepararem uma série de receitas econômicas e nutritivas, usando ingredientes locais acessíveis. A missão da Escola Sustentável é melhorar a saúde dos alunos, reduzir a pegada ambiental das cidades (especialmente o consumo de água) e capacitar os agricultores locais que poderão abastecer os distritos escolares com alimentos à base de vegetais.
Leticia Baird, Procuradora de Justiça do Ministério Público do Meio Ambiente do Estado da Bahia, órgão que elaborou o programa, disse: “Fornecer às nossas escolas públicas refeições baseadas em vegetais ajudará a economizar recursos ambientais, recursos financeiros, permitirá um futuro com adultos saudáveis e construirá um mundo mais justo para os animais”.
Sandra Lopes, gerente de políticas alimentares da HSI no Brasil, afirmou: “Parabenizamos as cidades de Serrinha, Barroca, Teofilândia e Biritinga por se tornarem as primeiras escolas públicas do mundo a se comprometerem com uma alimentação 100% à base de vegetais. É uma honra ter trabalhado com as autoridades da cidade, nutricionistas e cozinheiras das escolas para a adoção e implementação desta iniciativa, estamos entusiasmados em continuar trabalhando juntamente com todos os envolvidos para garantir o sucesso deste programa”.
Um número crescente de instituições no Brasil, incluindo o Ministério da Saúde do Brasil e a Faculdade de Saúde Pública da USP, reconhece que é necessária uma redução no consumo de carne para ajudar o meio ambiente e nossa saúde. Em seu Guia Alimentar Para a População Brasileira de 2014, o Ministério da Saúde do Brasil afirmou: “A opção por vários tipos de alimentos de origem vegetal e pelo limitado consumo de produtos de origem animal implica indiretamente a opção por um sistema alimentar socialmente mais justo e menos estressante para o ambiente físico, para os animais e para a biodiversidade em geral”.
A HSI promove a alimentação humanitária ou os 3 R: “reduzir” ou “repor” o consumo de produtos de origem animal, e “refinar” nossas dietas, escolhendo produtos de fontes que atendam aos padrões mais elevados de bem-estar animal.
Fatos:
- As escolas públicas da cidade de São Paulo, a maior cidade do Brasil, também participam da Segunda Sem Carne desde 2009, servindo mais de um milhão de refeições à base de vegetais a cada duas semanas.
- De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a agricultura animal é um dos maiores contribuintes para as questões ambientais mais graves, como o aquecimento global, e é um grande consumidor dos escassos recursos hídricos. Por exemplo, em termos de proteína, a pegada de água é seis vezes maior para a carne e uma vez e meia maior para frango, ovos e leite, do que para as leguminosas.
- Escolher alimentos à base de vegetais ajuda a nossa saúde. Muitas das doenças crônicas que afetam o mundo, incluindo obesidade, doenças cardíacas, diabetes e pressão alta, podem ser prevenidas, tratadas e, em alguns casos, mesmo revertidas com uma dieta vegetal.
- De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil enfrenta uma nova epidemia de obesidade e sobrepeso, que afeta mais da metade da população, incluindo crianças. Uma em cada três crianças brasileiras entre as idades de 5 a 9 anos são obesas ou tem sobrepeso e enfrentam riscos para a saúde como consequência.
- A mudança para alimentos à base de vegetais reduz o sofrimento dos animais. Dezenas de milhões de animais na produção de alimentos no Brasil, como galinhas poedeiras e porcas reprodutoras, são intensamente confinados e passam a vida toda em gaiolas tão pequenas que mal conseguem se mexer.
Contato de mídia: Sandra Lopes, slopes@hsi.org, 11 9 8145-0764